Machado de Assis e a Conexão com a Poesia Chinesa
Erros e curiosidades sobre a influência chinesa na obra do Bruxo do Cosme Velho
No artigo publicado no domingo (17/11) na Folha de S. Paulo por Xi Jinping, Presidente da República Popular da China, ele destaca um aspecto fascinante das relações culturais entre China e Brasil:
O fato de Cecília Meireles e Machado de Assis, dois renomados poetas e escritores brasileiros, terem traduzido poemas da dinastia chinesa Tang simboliza uma sinfonia mental que conecta os dois países, transcendendo barreiras de tempo e espaço.
Machado de Assis, em sua coletânea de poemas Falenas (1870), demonstra sua vasta erudição ao mencionar oito poetas chineses, com destaque para Du Fu (grafado como Thu Fu por Machado), citado em duas ocasiões.
Du Fu (712–770), amplamente considerado um dos maiores poetas da Dinastia Tang, é reverenciado tanto por sua sensibilidade poética quanto pela profundidade emocional de suas obras.
Contudo, na nota que acompanha o final de Falenas, Machado comete um erro ao afirmar que os poetas chineses imitados ou traduzidos na seção “Lira Chinesa” (baseada na versão francesa de Judith Gautier, autora de Le Livre de Jade (1867), publicada sob o pseudônimo de Judith Walter) são contemporâneos.
Na realidade, os autores pertencem a diferentes períodos históricos, revelando um equívoco em sua caracterização.